Nao abandonem o templo do Senhor (Ageu 1.1-15)

09/11/2011 00:00

    A história anterior a esse episódio mostra o povo de Israel sendo levado ao cativeiro babilônico, onde permaneceram por 70 anos. Terminado este período, voltaram para casa com  a tarefa de reconstruir os muros da cidade e o templo. A situação não parecia muito agradável. Seca e fome causaram desanimo, e a obra do templo foi abandonada. Mais grave, foi a decisão do povo de continuar a decorar as suas próprias casas (1.4). Essa foi a crítica do profeta.

    O templo representava para os judeus o lugar da habitação de Deus. Eles lamentaram o fato de estarem no cativeiro, “distantes de Deus” (Sl 137). Mas, quando a oportunidade chegou, de reverter o quadro, não foi isso que ganhou prioridade em suas vidas.

    Há momentos em que nossos sentimentos sobre Deus e sua Palavra se tornam tão distantes e tão irreais, que tanto faz estarmos no templo ou fora dele. Há momentos em que cuidamos mais e melhor da nossa própria casa do que das coisas da casa de Deus. Veio então, a Palavra de Deus, através do profeta no passado, e de alguma forma a nós no presente, dizendo que é tempo de fazermos algo diferente, mudarmos o foco, reacendermos a chama. É tempo de reavivamento! Mas o reavivamento proposto por Deus não é como entendemos muitas vezes. Deus propõe ao seu povo o “reavivamento da ação” (mãos à obra). Nada de comodismo, nada de inversão de valores. O reavivamento começa quando colocamos as coisas na sua devida ordem. As coisas de Deus primeiro! Essa é a mensagem essencial do profeta Ageu. O reavivamento começa quando ouvimos a palavra profética: “Assim diz o Senhor”, e com temor, tomados por uma convicção forte, colocamos as coisas na ordem certa. Vejam que interessante: Deus promete abençoar a nação com fartura, prosperidade, mas tem que começar pelo templo. Os homens criaram uma nova, mas falsa hermenêutica.

 

Esse reavivamento é necessário hoje:

  1. Para que as verdadeiras motivações sejam recuperadas: Ao voltar do cativeiro, a principal motivação deveria ser uma vida consagrada a Deus. Mas algumas dificuldades criaram a teologia do descaso (1.2). Justifica o fato de voltar os olhos para seus próprios interesses e adiar a obra do templo do Senhor. Hoje, podemos perguntar pela realidade espiritual do nosso templo, habitação do Espírito. “Vós sois templo do Espírito Santo”. De que maneira temos cuidado do templo de Deus? Para onde estão direcionadas as nossas motivações?

 

  1.  Para que o novo alicerce seja fincado: O governador e o Sacerdote, juntamente com o povo, foram convidados a saírem da inércia. “Subam o monte para trazer madeira” (v.8). Isso exige submissão a uma inversão de valores e disposição para mudança do foco (da minha casa para a casa de Deus). Às vezes fincamos os alicerces de nossa própria casa e damos as costas para a casa de Deus. O avivamento chega para a igreja que está disposta a carregar as madeiras. Ele chega para os crentes que estão dispostos a restaurar o templo do Espírito. Como pode Deus habitar num templo arrebentado pelo pecado? E toda a força e disposição podem ser recobradas quando o profeta anuncia: “Eu, o Senhor, estou com vocês” (1.13; 2.4,5). Deus quer edificar algo novo em nós. Mas precisamos carregar madeiras para que a obra continue. Isso significa ação... ação...

 

  1. Para que a adoração e o culto sejam purificados: A constatação de Deus é: “Tudo o que fazem e tudo o que me oferecem é impuro” (2.14). A questão aqui não é só o templo físico, mas também o templo espiritual: Santidade é fundamental. Às vezes, somos tão irreverentes, nos apresentamos imundos, e sem nenhum sentimento de culpa pelos nossos pecados. Mas, quando a presença de Deus enche o templo, o brilho de sua santidade penetra como raio X em nossas vidas, declarando quem realmente somos. Adoração e santidade são indissociáveis.

    Quando Deus desce com sua graça e glória, o que ele encontra? Casa suja, inacabada, abandonada? Nenhuma prosperidade será possível à igreja, se não começar pelo cuidado do templo, “habitação de Deus”. Portanto, apresente templo novo, reconstruído, restaurado ao Senhor. Veja a grande promessa para os que, prioritariamente, cuidam do templo do Senhor (2.19).

Deus os abençoe!

Pr. Edison Zemuner